Caminhos para o “Estado da Arte” na Atividade da Consultoria
- 14
- Jun
Quando recebi o convite para enviar um artigo para o Blog da Abracem, inicialmente pensei em apenas traçar um paralelo entre a minha experiência profissional no campo da Engenharia da "Proteção e Preservação Contra Corrosão de Equipamentos e Ativos Industriais" e os respectivos desafios encontrados no serviço de consultoria deste segmento.
Lendo antes artigo por artigo deste blog, percebi a importância de mudar o foco e elaborar um texto que esteja em sintonia com o constante caminho na busca pela excelência da atividade da consultoria, ou seja, na busca pelo desejado "estado da arte" em cada projeto consultivo fundamentado através de uma teoria consolidada, que pudesse englobar grande parte este universo.
Torna-se interessante destacar aqui que o termo “estado da arte” foi originado por tecnólogos e seu primeiro uso documentado foi em 1910 , em um manual de engenharia de Henry Harrison Suplee, intitulado "Gas Turbine: progress in the design and construction of turbines operated by gases of combustion". Há uma passagem no livro, onde se lê: ”In the present state of the art this is all that can be done “(‘No atual estado da arte, isto é tudo o que pode ser feito)”.
Refletindo sobre os possíveis caminhos a se trilhar para o objetivo de se alcançar o desejado “estado da arte” em um projeto consultivo, percebi similaridades e conexões com a teoria da Gestalt, o qual esta palavra em alemão, por si só significa apenas “figura”, “configuração” ou “forma”, mas esta teoria vai muito, além disto. No início do século XX, um grupo de pesquisadores na área da psicologia da percepção, partindo de pesquisas que tinham por objetivo analisar certos fenômenos de ilusões ópticas, movimentos virtuais, criaram a teoria da Gestalt, destacando-se por apresentar uma nova abordagem para a percepção humana, onde a questão central passou a ser como se estruturam e se reestruturam constantemente novas totalidades perceptivas.
Na teoria da Gestalt, o enfoque prioritário é qualitativo e não quantitativo, elaborando a estrutura dos fenômenos em termos de sua relação, independentemente de quantidade ou magnitudes. Deste modo, um de seus princípios básicos foi formulado pelo teórico Max Wertheimer como: “O todo é mais do que a soma de suas partes”, o que se pode afirmar é que a totalidade se torna bem mais que a simples soma das partes, ou seja, ao invés de uma simples adição, o todo resulta da integração de suas partes surgindo uma nova totalidade qualitativa, resultando sempre em uma síntese. Um exemplo bem simples, mas muito interessante, pode ser representado pelo sal de cozinha, originário da síntese de duas substâncias que isoladamente são toxicas, o cloro e o sódio, mas que em conjunto formam o cloreto de sódio, essencial para o bem do nosso organismo.
Deste modo, um caminho sugerido aqui para uma nova perspectiva na buscar pelo “estado da arte” em um projeto de consultoria, seria observa-lo desde o início sobre o ponto de vista da teoria da Gestalt, onde a fusão qualitativa dos componentes diversos resultará em uma configuração inteiramente nova e diferente, cujas características serão próprias do especifico nível de síntese ou resultado consultivo desejado, ou até mesmo superado sob a luz desta intrigante teoria, onde o mundo do conhecimento, da imaginação, dos sentimentos e dos valores individuais e coletivos se fazem presentes em todo bom trabalho realizado. Referências bibliográficas: 6ª Edição Livro “A sensibilidade do Intelecto” Editora Campus, escritora: Fayga OstrowerEng. Domingos Zampol Junior Inspetor Internacional NACE N. 647081 – Consultor em Proteção & Preservação Contra Corrosão de Ativos Óleo&Gás, Papel&Celulose, Mineração e Industriais em Geral.