Com o advento das redes sociais, sendo esta uma parte da transformação digital que vivemos hoje, ficou relativamente fácil promover serviços aumentando o alcance da divulgação.

Profissionais vendem o sucesso imediato, receitas milagrosas, mentorias para transformação dos negócios, e-books e cursos, muitos cursos de todos os nichos possíveis.

Pesquisando numa das maiores plataformas de cursos online, a Hotmart, é possível encontrar desde curso para montagem de microcomputador, para aprender sobre investimentos em bitcoins, e até mesmo cursos de meditação ou fotografia para quem produz artesanato.

A cada dia surgem mais especialistas em nichos específicos de mercado tentando fórmulas para ficarem milionários em pouco tempo, em troca de compartilhar conhecimento com seus clientes. A cada dia surgem profissionais se posicionando como mentores, coaches, consultores, construindo sua reputação e autoridade através de estratégias de marketing digital. 

Mas será que todos estes profissionais realmente estão preparados para lidar com a responsabilidade de interferir no trabalho das organizações? Possuem metodologia clara? Possuem experiência? Possuem cases de sucesso, ou os fabricam?

Este artigo não visa criar uma “CPI dos Consultores”, para identificar quem é ou não é consultor de verdade. Ou melhor, quem merece ou não merece sucesso profissional. Mas sim, refletirmos juntos que maus profissionais que, em contraponto, divulgam muito bem seu trabalho, desgastam e desvalorizam a classe como um todo, fato que ocorre em qualquer mercado de atuação. E o mais importante a se pensar: quantos excelentes consultores estão escondidos do grande público por não divulgarem adequadamente seus serviços ou por estarem ocupados demais sendo maravilhosos dentro de organizações que os contratam?

Nosso trabalho como consultores é, de forma generalizada, compartilhar e auxiliar na construção de conhecimento nas mais diversas áreas de uma instituição. É uma maneira eficiente de uma empresa desenvolver maturidade em determinado conhecimento ou resolver problemas que às vezes os clientes até mesmo desconhecem a origem.

Dentro de milhares de empresas por todo o Brasil há consultores ocupados demais realizando seu trabalho de transformar empresas, deixando para depois o posicionamento da sua marca pessoal ou de sua empresa de consultoria.

Enquanto para alguns o marketing pode ser sinal de tática de persuasão e charlatanismo, para outros pode e DEVE ser visto como ferramenta estratégica para agregar mais valor ao seu negócio e dar maior visibilidade às soluções que o consultor oferece. Afinal, correndo o risco de parecer estar romantizando muito nossa profissão, queremos impactar o máximo possível de pessoas e instituições com nosso serviço. 

A valorização do nosso serviço não está ligada somente ao benefício que a empresa contratante recebe, mas de todo o posicionamento do profissional, todas as interações, materiais, ferramentas, recursos gráficos e evidências físicas do trabalho. Afinal, lembre-se que como consumidores avaliamos empresas por critérios muitas vezes intangíveis, através de símbolos, atitudes e posicionamentos. Então, é natural que avaliemos a reputação de um profissional por um conjunto que vai além do case em si, mas da forma como ele é apresentado ao seu público.

Portanto, é nessa hora que a coragem (de se expor e investir nessa exposição) supera a competência. Maus profissionais que tem coragem de se expor e se promovem muito bem, em contraste aos profissionais que são extremamente competentes, mas que ninguém fica sabendo a respeito deles.

Boas imagens da marca, bom material disponível no site, excelentes materiais gráficos e até mesmo uma preocupação com que tipo de roupas e equipamentos serão escolhidos pelo profissional, são partes que compõem o posicionamento da marca pessoal e não devem ser negligenciados ou vistos como irrelevantes para a composição do posicionamento da sua marca.

A forma como queremos ser vistos no mercado exige, sim, uma estratégia cuidadosa para construir uma narrativa correta na mente do cliente e futuro cliente. Se você, como consultor, quer passar uma ideia de um profissional conectado com as tecnologias, por exemplo, faz sentido deixar de fazer uso das mesmas como canal de divulgação do seu trabalho, mesmo que de maneira mais institucional? Até mesmo considerar que a maturidade no uso da tecnologia também está ligada hoje a uma percepção de profissional qualificado, antenado com o avanço tecnológico, etc.

O profissional do futuro, independente de ser consultor ou não, sabe que o maior ativo do seu negócio é a sua marca e investe num posicionamento coerente com o produto que entrega para o mercado.

O profissional do futuro sabe que sua autoridade e reputação são construídas tijolo por tijolo. Mesmo alicerçado numa base firme, de formação e aprendizagem continuada, será avaliado pelo tipo de acabamento, de pintura, de texturas e decoração que torne essa construção atraente.

E se toda boa construção é projetada, por que sua marca pessoal não seria? Planejar é a melhor forma de prever o futuro. E neste caso, um futuro em que não adianta SER se você não consegue mostrar que É.

Autor:
Georgina Morelli Matos

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